INCLUSÃO ESCOLAR - O QUE É? POR QUÊ? COMO FAZER?

INCLUSÃO ESCOLAR - O QUE É? POR QUÊ? COMO FAZER?


INCLUSÃO ESCOLAR - O QUE É? POR QUÊ? COMO FAZER?

MARIA TEREZA ÉGLER MANTANON

 

Esta obra apresenta três perguntas a serem respondidas com base nos conteúdos trazidos na obra: O que é? Por quê? Como fazer?

  • O que é?

É preciso analisar alguns aspectos que a autora traz que são muito importantes. Primeiro ela deixa claro que vivemos tempos de mudanças sociais, apresentando assim um crescimento bem considerável da diversidade de gênero. Convivência com grupos sociais diferentes, culturas diferentes.

Não existe só diversidade de gênero, vamos encontrar uma diversidade grande de alunos e culturas. Convivência com o novo em razão desse tempo de mudança. A obra nos traz a ideia de paradigmas, sempre que nós pensamos de alguma forma, fazemos algo, mudamos a nossa forma de pensar ou nos posicionamos sobre alguma coisa estamos seguindo paradigmas.Paradigmas: conjunto de normas, regras, crenças, valores, princípios que são partilhados por um grupo em um dado momento histórico.

A realidade educacional que vivemos hoje não é a mesma de antigamente, visto que ocorreram mudanças ao longo desse tempo.

Nesta obra a autora vai trazer que vivemos numa crise de paradigma, ou seja, uma concepção que nós temos sobre o mundo. Essa crise de paradigma é na verdade algo que decorre dessa nova realidade em que nós vivemos. Ela faz críticas ao sistema disciplinas de educação, diz que ele é incompatível com todas essas mudanças que nós estamos vivendo, fazendo parte dessa crise de paradigmas, justamente porque é visto pela autora como uma barreira para inovação.

Então é um desafio para nós professores pensarmos em novas concepções de educação, de ensino aprendizagem, uma visão construtivista da educação, uma visão mais global da educação que possa romper com esse sistema disciplinar e passar a viver um sistema interdisciplinar. É justamente disso que se fala no começo da obra.

No que diz respeito a inclusão a autora vai dizer que existem paradigmas a serem quebrados:

                                              - Ensino regular x Ensino especial

                                              - Iguais x Diferentes

                                              - Normais x Deficientes

Essas ideias atrapalham no processo de inclusão.

Há uma ênfase sim no aluno que tem suas necessidades especiais, mas a autora ira retratar não apenas aqueles que possui necessidades físicas especiais ou deficiências e sim todos os alunos que possuem necessidades educacionais especiais.

A primeira coisa que vamos ver para responder a pergunta o que é inclusão, é a diferença entre integração e inclusão.

INTEGRAÇÃO: preocupação com o acesso do aluno com necessidades especiais á escola.

                                                                                                                                         ↓

                                                                                                                   Ensino regular e Ensino especial.

Integrar remete a ideia de colocar o aluno dentro de um sistema formal de educação. Possibilitar que o aluno transite pela escola.

O problema é que a autora vai ver essa integração como uma concepção de inserção parcial. Estamos diante de uma concepção de inserção parcial, ou seja, tem o aluno dentro da escola transitando de certa forma, participando, mas não se tem o atendimento adequado á ele, nem clima favorável a inclusão.

Nessa concepção de inserção parcial ainda persiste a segregação. A maior crítica da autoria é por nós pensarmos que esse sistema que integra, é na verdade sistema que inclui, então nós confundimos. Então as políticas educacionais confundem também o sistema que integra como sistema que inclui são coisas diferentes na visão da autora.

Exemplo dessa ideia que não inclui:

                  - Currículo adaptado

Não há uma inclusão, porque o aluno vai ter um tratamento diferenciado em uma sala diferenciada, em um grupo diferenciado, o currículo dele é adaptado, as avaliações não são as mesmas para todos, são avaliações especiais, etc...

Existe ainda na escola que integra os espaços segregados, as atividades segregadas, tratamento segregado.

Esse processo de integração é visto como a escola não muda, ela mantém seu sistema, são os alunos que precisam se adaptar a ela.

Mas, é preciso buscar um processo de inclusão, não simplesmente integrar.

INCLUSÃO: prevê a inserção escolar de forma radical, de forma completa e sistemática. Então a inclusão deve ocorrer dessa forma, sem meio termo, todos os alunos devem ser atendidos.

Todos os alunos devem ser inseridos no sistema de inclusão. Fazendo assim que mude a ideia do paradigma, onde todos os alunos devem participar da educação regular. A autora defende o ensino especializado no ensino regular.

Nesse sistema a escola deve se adaptar aos alunos, deixa claro que onde a bastante diversidade á também bastante experiências, o ambiente sofre variações e consequentemente os alunos vão se desenvolver melhor nesse ambiente de diversidade e variações.

Outra questão é:

  • Por quê incluir?

Ponto de partida da autora é o fracasso escolar, ele existe, mas a escola insiste em dizer que o fracasso é culpa do aluno e não da escola.

A escola peca também quando não carrega consigo a concepção adequada de ensino aprendizagem, quando não tem a intenção de promover mudanças que leve o aluno a aprender.

Pensar em inclusão é preciso focar em três questões:

                                           - Identidade x Diferença

                                           - A questão legal

                                           - A questão das mudanças

Identidade x Diferença

Quando ela cita as políticas educacionais, elas existem como leis, decretos, o problema é que essas políticas educacionais de inclusão são medidas conservadoras, apegadas as ideias de tolerância e respeito.

Então é preciso tolerar e respeitar aquele que é diferente.

Há um problema nessa ideia para autora, porque tanto a tolerância quanto o respeito são sentimentos generosos. A impressão que fica é que aquele que respeita e tolera é superior. A questão do respeito é generalizada, respeita a pessoa, mas não é preciso compreende-la.

O que se busca é um reconhecimento de identidade, que é diferente? Quem é esse aluno especial? Porque ele é assim? É preciso quebrar esse paradigma de conservadorismo.

A ideia de sentimentos generosos remete a ideia de que as deficiências não são superadas, elas estão fixadas no indivíduo e isto não tem como evoluir.

Tolerar e respeitar é muito pouco para a autora, estando relacionada com a ideia de integração e não inclusão.

Outra crítica feita pela autora diz respeito a maneira como a escola cria espaços de proteção para os alunos com necessidades educacionais especiais, havendo uma divisão em relação a esses alunos. A escola inibi a convivência, não permitindo que outros alunos convivam e possam então compartilhar suas identidades e suas diferenças.

As diferenças só serão compreendidas através da convivência, diálogo e interação entre todos os alunos. Há uma necessidade de uma nova ética escolar, é preciso compartilhar novos valores dentro da escola. Essa nova ética advém de uma consciência individual e social. Consciência que reconhece a diversidade, que se aproxima dessa diversidade para compreendê-la.

Consciência que evita discriminação dos alunos especiais, o aluno especial que não é aquele apenas portadores de necessidades especiais, é o aluno que tem dificuldade na escola, é o aluno que muitas vezes é indisciplinado, é a discriminação que ocorre contra o aluno pobre...

 A questão legal

Nesse tópico a autora irá dizer que se tem a Constituição Federal, a LDB (são documentos que irão trabalhar a questão da inclusão). A Constituição Federal por exemplo, fala que todos devem ter acesso ao ensino regular, todos devem ser educados, devem ser preparados para cidadania e trabalho. A educação deve atender a todos sem discriminação.

Ou seja, ela traz que a sim no Brasil questões legais suficientes para nós pensarmos numa educação. A LDB vai tratar de educação especial no seu artigo 58, onde a autora irá fazer uma cítica quando se fala na possibilidade do aluno ser atendido em classes ou escolas especiais, a LDB deveria assumir a responsabilidade do estado e organizar um sistema inclusivo, para evitar essa ideia de se necessário o aluno poderá ser atendido em classes e escolas especiais.

Formulamos políticas educacionais, mas na prática ainda o estado pisa no freio em relação á isso, ele não promove uma revolução, no sentido de tornar as escolas mais inclusivas e democráticas. Vejamos um exemplo disso:

 -Os serviços de apoio continuam substituindo as funções do professor responsável pela sala de aula.

Há atendimento especializado mas não da maneira que deveria ocorrer, o aluno está segregado, está recendo um atendimento diferente de outros alunos.

Questão das mudanças

Começamos pela pergunta: Porque não há mudanças na prática?

                                             - Falta de intenção

                                             - Falta de preparação

                                             - Falta de estrutura

                                             - Ensino baseado na seleção

A autora acredita que há uma falta de intenção, os professores muitas vezes se veem vítima dessa situação, mas não assume o desafio de realmente mudar, falta de intenção de assumir desafios. Em razão de que muitos ainda não estão devidamente preparados para assumir esses desafios, e muitas das vezes não há uma estrutura para que isso ocorra. Existem medidas paliativas que dificultam ainda mais para que essas mudanças ocorram, um exemplo é a sala de reforço, ainda se tem um ensino baseado em seleção.

 Quando se fala em mudança radical e a ideia de uma nova geração sem preconceitos, formação de professores capacitados, construção de um sistema educacional que atendam a todos.

 

  • Como fazer inclusão?

"Não adianta admitir o acesso de todos a escola, sem garantir o proseguimento da escolaridade até o nível que cada aluno for capaz de atingir"

Essa observação feita pela autora é muito importante porque deixa de conceber a escola como um espaço de assistência ao aluno, torna a escola u sistema que busca o desenvolvimento do aluno.

É preciso adotar medidas inclusivas para essas mudanças. A autora vê essas mudanças a partir de três ângulos:

  - Ângulo dos desafios provocados por essas inovação. Para inovar o sistema inclusivo é preciso encarar esses desafios e aceita-los .

 -Ângulo da ações no sentido de efetiva-las nas turmas escolares.

 -Ângulo da perspectiva que se abrem á educação escolar, a partir da implementação de projetos inclusivos.

A base desses ângulos é o princípio democrático de educação para todos.

A autora deixa bem claro que as dificuldades dos alunos com necessidades educativas especiais existem, não são apenas dificuldades deles, decorrem também do modo como o ensino é ministrado na escola, da forma como a aprendizagem é concebida e avaliada. Aqui está a parcela de responsabilidade da escola.

  • Recriar o modelo educativo escolar, tendo como eixo p ensino para todos;
  • Reorganizar pedagogicamente as escolas, abrindo espaços para que a cooperação, o diálogo, a solidariedade, a criatividade e o espírito crítico sejam exercitados nas escolas;
  • Garantir aos alunos tempo e liberdade para aprender;
  • Formar, aprimorar continuamente e valorizar o professor. para que tenha condições  e estímulos para ensinar a turma toda, sem exclusões.